terça-feira, 26 de agosto de 2008

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Página 16


Desde a página 15, a HQ volta a 1846, mostrando fatos da juventude de João Trancoso no centro-oeste de Minas Gerais.

O legal da arte é que o Thiago fez o flash-back todo sem o uso de nanquim. O resultado eu achei bem legal.

domingo, 20 de julho de 2008

terça-feira, 8 de julho de 2008

Página 14


Como vocês devem ter notado, há um grande espaço de tempo entre a postagem da página 12 e a 13, mas como ninguém entra num blog para ficar lendo explicações, eu vou pular essa parte e tentar ser mais frequente de agora em diante.

Destaque dessa página são os uniformes dos soldados do exército, que o Thiago ilustrou bem fiel ao uniforme usado. Eu, particularmente, gosto muito da sequência da páginas 13 e 14, por causa do ritmo bem calmo em uma situação bastante forte.

Página 13


Bom ... algumas coisinhas que a gente insere no roteiro parece que passam batido. No primeiro quadro dessa página, por exemplo, tem o nome "Dimião" talhado na arma do Cosme. Er ... tipo ... a arma é gêmea dele ... entendeu? Cosme e Damião ... então.
Mas comentaram comigo vários detalhes dessa HQ, mas esse ... ninguém. Mas deu pra perceber, não deu? Cosme e Damião? Não? rsrsrs.
Então vamos pra outra página.

sábado, 12 de abril de 2008

Página 12



Ainda no longo caminho. Fiz uma pequena pesquisa e cheguei a conclusão de que os personagens teriam que percorrer, em linha reta, cerca de 800 kilometro. É chão!

Página 11

Ainda não comentei praticamente nada desde que a HQ pulou para Canudos, palco de uma das guerras mais sangrentas ha história da República Brasileira.

Antônio Conselheiro, após duas décadas de peregrinação pelos sertões nordestinos fazendo pregações, reformando igrejas, cemitérios e reunindo um verdadeiro rebanho de seguidores, o Bom Jesus Conselheiros, como era chamado, assentou sua comunidade nas proximidades da comunidade de Canudos, às margens do Rio Vaza-Barris, no sertão baiano.

Chamou sua comunidade de Império de Belo Monte, a qual passou a atrair desprovidos de todos os gêneros: desde simples lavradores arrasados pela seca, ex-escravos, índios, até sanguinários jagunços, vindos de todas as partes do sertão.

domingo, 6 de abril de 2008

Página 10


Só uma pequena referência.

O anti-cristo Corta-Cabeça, mencionado no segundo quadrinho é uma figura histórica: o Coronel Moreira César, responsável pela 3.ª expedição contra Canudos.

O sujeito era um veterano da campanha contra a Revolução Federalista no sul do Brasil. Com fama de sanguinário, justificava sua alcunha.

A expedição de Moreira César foi derrotada em Canudos e o próprio foi morto em combate.

sexta-feira, 7 de março de 2008

segunda-feira, 3 de março de 2008

Página 05: O "sebastianismo" e a seca


Em posts passados, eu comentava sobre o mito que se formou em volta do desaparecimento de Dom Sebastião em Alcácer -Quibir. Os historiadores chamam esse mito de "sebastianismo", tendo ele atravessado os século e também o oceano, chegando e adaptando-se às terras brasileiras.


Por foi aqui, nosso castigado sertão nordestino foi palco de sua mais dramática versão, onde pregações messianicas afirmavam que tanto Jesus Cristo quanto Dom Sebastião voltariam para acabar com o sofrimento (que não era - nem é - pequeno) e julgar os infiéis (leia-se aí autoridades, latifundiários, etc).


Mas, siga o raciocínio: se querem a volta de um rei, então são monarquistas. Se são monarquistas, querem derrubar a república. Se querem derrubar a república, são traidores da pátria. Se são traidores da pátria ... fogo neles!

Pelo menos essa era a justificativa para reprimir violentamente esses movimentos messiânicos na nossa recém fundada república. E foi assim, escrita a história do sebastianismo no Brasil: com muito sofrimento e com muito sangue.


Apesar de não haver provas de que a pregação de Antônio Conselheiro (o grande pregador de Canudos) se referisse ao retorno de Dom Sebastião, alguns indícios apontam para isso, como por exemplo alguns versos encontrados em Canudos por Euclides da Cunha:


"Visita vem fazer / Rei D. Sebastião / Coitadinho d'aquele pobre / Que estiver na lei do Cão."


Bem que poderia ter sido escritos por um de nossos personagens ...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Página 04: Tempo


Tempo ...!

Nessa HQ é um componente essencial.

Na vida real é o que me falta para fazer um comentário melhor. Até a próxima.

Página 03: O fim da última cruzada


Existem relatos de que Dom Sebastião teria sido morto naquela batalha, mas o fato é que seu corpo nunca apareceu.


Com o fim trágico da expedição, que seria a última das cruzadas (entendidas como expedições militares cristãs de reconquista de territórios ocupados por muçulmanos), o trono português foi reivindicado e ocupado por Felipe II da Espanha, que unificou as duas coroas.

Nada que agradasse os portugueses ... serem governados por seus vizinhos e rivais.

Daí surgiu a esperança que o rei português estivesse meramente desaparecido - ou encoberto, como diziam - e que um dia voltasse para reassumir o trono. Só por curiosidade, o termo "a ver navios" vem dessa época, por que as pessoas ficavam no porto de Lisboa esperando que Dom Sebastião retornasse. Mas nada de rei ... só viam navios, mesmo.


O tempo passou, o rei não apareceu, e o que era esperança se tornou mito: um dia o rei virtuoso retornaria para livrar o povo português de suas agruras e trazer a redenção divina. Uma espécie de Rei Arthur lusitano.


Esse mito passou para a História com a denominação de "sebastianismo". Mas isso é assunto para os próximos posts.


Por enquanto, fiquem com a página 03 e, como diria Ray Charles: hit the road, Sebastião and don't came back no more, no more, no more, more.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Página 02: Ainda em Alcácer-Quibir




Dom Sebastião nasceu em 1554, sob a alcunha de O Desejado, já que era o último herdeiro da linhagem real de Portugal, que impedia o trono de ser assumido por Felipe II da Espanha. Foi aclamado soberano aos 14 anos e dedicou boa parte de seu reinado ao objetivo de reconquista do norte da África, abandonado pelos portugueses durante o período de Dom João III.

Para isso, organizou uma campanha militar que teve início em 1578, contra o Muley Malik, governante mouro do Reino de Fez (atualmente uma cidade de Marrocos). Os exércitos se encontraram nas proximidades do povoado de Alcácer-Quibir em 04 de agosto daquele ano e após cerca de 06 horas de luta, a batalha estava definitivamente decidida em favor de Malik.

Conta a história que Dom Sebastião teria sido um dos últimos a tombar. Incitado por Dom Cristóvão da Távora a retirar-se da batalha, teria respondido: "e o que poderemos fazer aqui, senão morrermos todos?"

Até o próximo post.

Página 01: Alcácer-Quibir


Finalmente iniciando a HQ, hoje eu coloco as páginas 01. Na verdade, as páginas 01 a 03 foram umas das que mais me deram trabalho na pesquisa. Na verdade, essa sequência ficou sem nada de ficção, mas sim como uma rápida quadrinização da batalha de Acácer-Quibir, que eu considero como o desfecho da última cruzada da História.

E era mesmo isso que deveria ser, tendo em vista o papel do evento no roteiro como um todo.

Em relação à arte, é de se notar que o Thiago optou por não usar a figura do Dom Sebastião, segundo as pinturas que se tem notícia. Até por que essas pinturas eram ainda de sua adolescência e na batalha ele teria 24 anos.

Nos posts seguintes eu acrescento alguns detalhes sobre essa sequência.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Nota para a capa:

Tudo o que a vida nos mostra é somente aquilo que somos capazes de enxergar. O resto, ou se esconde nas sombras , ou passa desapercebido pela cegueira de alguém. Nem os caminhos que nos levam a algum prometido lugar escapam: somente as trilhas que encontramos e que depositamos uma espécie de fé a cada passo são válidas. Mas como todo cuidado é pouco, alguns desses caminhos acabam nos trazendo a estes lugares estranhos, onde o único consolo dos viajantes que ardem enquanto caminham pelas labaredas da terra é vislumbrar o céu vermelho de sangue que cobre suas vidas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

As primeiras pedras do Castelo




O Grande Castelo foi uma HQ de 62 páginas que o Thiago e eu fizemos em pouco mais de três meses, no final de 2003.



Acontece, que a HQ era era parte de uma iniciativa cultural da secretaria de cultura de Divinópolis / MG e, entre o sinal verde e o prazo final para o projeto, tivemos muito pouco tempo.



Na verdade, o Thiago foi o terceiro desenhista que passou pelo projeto e deveria, na verdade, ser o arte-finalista (os outros 2 gastaram uns 2 meses do nosso precioso e escasso tempo e acabaram não aguentando o tranco). Mas é verdade quanto dizem que há males que vêm pra bem. O Thiago era, sem qualquer dúvida, o desenhista mais indicado para essa empreitada e eu me surpreendi muito com a identificação dele com a história.


A idéia desse blog não é só fazer a publicação on line da HQ, mas também colocar as impressões dos autores sobre ela e também sobre o processo de criação e os bastidores, sejam elas impressões boas ou ruins.




Vou colocando mais comentários, na medida em que for postando mais páginas.




Por enquanto, fiquem ...

... com a capa.


Até a próxima semana.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fantasmas e personagens


Pouco tempo atrás percebi que sou uma pessoa cheia de fantasmas. Aliás, acho que sempre fui, mas só agora me dei conta disso. Desde que me entendo por gente, minha cabeça é povoada por histórias e personagens.

Às vezes a mesma história, os mesmos personagens permanecessem na minha cabeça por anos e anos, me acompanhando onde quer que eu esteja e, muitas vezes, aparecendo na forma de insights nas horas mais impróprias.

Estranhamente, quando escrevo aquelas idéias – ainda que não seja para alguém ler – aquelas pessoas imaginárias somem, simplesmente deixo de pensar nelas e em suas histórias.

E antes que alguém associe – se não tiverem associado ainda – não sou um médium psicografista. Sei disso pelo simples fato de que as histórias que conto são fantasiosas demais para terem acontecido alguma vez e algumas acontecem no porvir e não tenho o dom da premonição.

Quer, nem todas as histórias são tão fantasiosas o Grande Castelo é das mais fixadas na realidade.

Mas, voltando ao assunto, meus personagens são meus fantasmas, que me assombram e não raramente até me atormentam até que eu os liberte. E a única forma de libertá-los, de tirá-los de mim, é escrevendo suas histórias. Escrever, para mim, é exorcizar.

Eu considerava que os personagens do Grande Castelo já estavam libertos e exorcizados, mas há alguns meses atrás eles voltaram a me assombrar, pedindo pedindo para que eu escreva sobre eles novamente.

Enquanto eu construo as novas histórias e me preparo para libertá-los novamente, resolvi rever a história antiga (que, confesso, nunca tinha lido depois de escrevê-la) e achei que merecia ser mostrada novamente e, desta vez, comentando passo-a-passo a sua criação. E é isso para isso que criamos esse blog.

Por hora acho que já me extendi demais. No próximo post eu falo um pouco sobre o que é o Grande Castelo e sobre meu grande parceiro e desenhista desse projeto (e também da ilustração desse post): Thiago Magalhães.